O Pentecostalismo Clássico Morreu?
Os
últimos dados estatísticos do IBGE[1]
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) apontam que os denominados
pentecostais compõem um total de 67% da totalidade do evangelicalismo
brasileiro, isto é, dos cerca de 26,2 milhões de evangélicos brasileiros, uma
cifra de 17,7 milhões se declaram pentecostais. Trocando por miúdos, os
pentecostais são a maioria esmagadora dos evangélicos brasileiros. Caso
subtraíssem os pentecostais da contagem de evangélicos no Brasil, nosso país
seria considerado um país timidamente evangélico, com uma quase insignificância
estatística. O fenômeno pentecostal brasileiro chama atenção, tanto é que
dentre os cientistas sociais, especialmente, aqueles dedicados a sociologia das
religiões, a temática do pentecostalismo tem sido recorrente e persistente como
objeto valioso de pesquisa. Internamente, dentro do próprio ciclo evangélico o
pentecostalismo tem sido um vulcão efervescente causando debates, discussões e
embates dos mais diversos, especificamente, a multiplicação dos televangelistas
tem dado maior visibilidade aos evangélicos, massivamente, os pentecostais.
Inclusive, muitos escândalos e bizarrices das mais hilárias têm surgido do meio
(dito) pentecostal, não por acaso, camadas mais históricas e “conservadoras” do
protestantismo brasileiro (p.ex., luteranos, anglicanos e presbiterianos)
terminam por classificar o pentecostalismo como uma “seita pseudo-cristã”,
tomando algumas denominações (ditas) pentecostais por modelo, a condenação
parece válida.
Todavia é
preciso tomar cuidado com as generalizações. O Pentecostalismo não é um
movimento hegemônico, concatenado, uniforme. Especialmente da década de 80 pra
cá têm surgido muitos movimentos autodenominados pentecostais que
definitivamente, nada têm a ver com as raízes históricas, doutrinárias e
teológicas do legítimo pentecostalismo clássico. Para tantos o pentecostalismo
clássico morreu nos idos de 1950, até mesmo antes, mas, os que sentenciam tal
veredicto se equivocam. Os pentecostais clássicos persistem na
contemporaneidade, talvez, categorizados dentre os mais combatentes possíveis,
haja vista, precisa enfrentar os desvios gritantes dos próprios pentecostais de
um lado, a avalanche neopentecostal que cada vez multiplica seus adeptos e
surpreende-nos com seus malabarismos anti-bíblicos e invencionices vexatórias
(e muitos empacotam o pentecostalismo clássico e o neopentecostalismo, como se
fossem “farinha do mesmo saco”), do outro. De sobra, ainda há os vociferantes
ataques de muitos cristãos tradicionais e “reformados” que bombardeiam
impiedosamente o pentecostalismo taxando-o inescrupulosamente de sectário e
falsário.
Este blog
não surge levianamente como campo de defesa (apologia) do pentecostalismo ou
como um tanque de ataque contra aqueles que nos difamam. Antes, postula ser um
lugar comum para todos aqueles que “resgatados do império das trevas foram
transportados para o Reino do Filho do seu amor” (Colossenses 1.13-14), hoje
são em Cristo “novas criaturas” (II Coríntios 5.17) e tem “servido ao Senhor
com alegria” (Salmos 100), nessa família de Deus, parte invisível do corpo
místico de Cristo que é a “Igreja do Deus vivo” (II Coríntios 6.16), nesse movimento
centenário pouco conhecido, muito difamado, definitivamente indestrutível,
porque não é “obra de homem, mas de Deus” (Atos 5.38-39), a saber, o movimento
pentecostal clássico. Nesse espaço (dentre outros temas diversificados)
apresentaremos um pouco da história do pentecostalismo clássico, sua estrutura
e fundamentação doutrinária, o arcabouço de sua perspectiva teológica, as
polêmicas que envolvem sua história, sua relevância social e não romancearemos
a realidade, trataremos de suas desventuras e manchas, e, sobretudo,
labutaremos por mostrar, a biblicidade do pentecostalismo clássico e
comprovaremos, contrariando gostos, que não, o pentecostalismo clássico não
morreu, e eu, sou prova viva disso!
Mais uma vez: Sejam todos muito bem vindos ao nosso Blog!
Deus em Cristo abençoe a todos!
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