quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

O Pentecostalismo Clássico morreu?

O Pentecostalismo Clássico Morreu?

            Os últimos dados estatísticos do IBGE[1] (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) apontam que os denominados pentecostais compõem um total de 67% da totalidade do evangelicalismo brasileiro, isto é, dos cerca de 26,2 milhões de evangélicos brasileiros, uma cifra de 17,7 milhões se declaram pentecostais. Trocando por miúdos, os pentecostais são a maioria esmagadora dos evangélicos brasileiros. Caso subtraíssem os pentecostais da contagem de evangélicos no Brasil, nosso país seria considerado um país timidamente evangélico, com uma quase insignificância estatística. O fenômeno pentecostal brasileiro chama atenção, tanto é que dentre os cientistas sociais, especialmente, aqueles dedicados a sociologia das religiões, a temática do pentecostalismo tem sido recorrente e persistente como objeto valioso de pesquisa. Internamente, dentro do próprio ciclo evangélico o pentecostalismo tem sido um vulcão efervescente causando debates, discussões e embates dos mais diversos, especificamente, a multiplicação dos televangelistas tem dado maior visibilidade aos evangélicos, massivamente, os pentecostais. Inclusive, muitos escândalos e bizarrices das mais hilárias têm surgido do meio (dito) pentecostal, não por acaso, camadas mais históricas e “conservadoras” do protestantismo brasileiro (p.ex., luteranos, anglicanos e presbiterianos) terminam por classificar o pentecostalismo como uma “seita pseudo-cristã”, tomando algumas denominações (ditas) pentecostais por modelo, a condenação parece válida.
            Todavia é preciso tomar cuidado com as generalizações. O Pentecostalismo não é um movimento hegemônico, concatenado, uniforme. Especialmente da década de 80 pra cá têm surgido muitos movimentos autodenominados pentecostais que definitivamente, nada têm a ver com as raízes históricas, doutrinárias e teológicas do legítimo pentecostalismo clássico. Para tantos o pentecostalismo clássico morreu nos idos de 1950, até mesmo antes, mas, os que sentenciam tal veredicto se equivocam. Os pentecostais clássicos persistem na contemporaneidade, talvez, categorizados dentre os mais combatentes possíveis, haja vista, precisa enfrentar os desvios gritantes dos próprios pentecostais de um lado, a avalanche neopentecostal que cada vez multiplica seus adeptos e surpreende-nos com seus malabarismos anti-bíblicos e invencionices vexatórias (e muitos empacotam o pentecostalismo clássico e o neopentecostalismo, como se fossem “farinha do mesmo saco”), do outro. De sobra, ainda há os vociferantes ataques de muitos cristãos tradicionais e “reformados” que bombardeiam impiedosamente o pentecostalismo taxando-o inescrupulosamente de sectário e falsário.
            Este blog não surge levianamente como campo de defesa (apologia) do pentecostalismo ou como um tanque de ataque contra aqueles que nos difamam. Antes, postula ser um lugar comum para todos aqueles que “resgatados do império das trevas foram transportados para o Reino do Filho do seu amor” (Colossenses 1.13-14), hoje são em Cristo “novas criaturas” (II Coríntios 5.17) e tem “servido ao Senhor com alegria” (Salmos 100), nessa família de Deus, parte invisível do corpo místico de Cristo que é a “Igreja do Deus vivo” (II Coríntios 6.16), nesse movimento centenário pouco conhecido, muito difamado, definitivamente indestrutível, porque não é “obra de homem, mas de Deus” (Atos 5.38-39), a saber, o movimento pentecostal clássico. Nesse espaço (dentre outros temas diversificados) apresentaremos um pouco da história do pentecostalismo clássico, sua estrutura e fundamentação doutrinária, o arcabouço de sua perspectiva teológica, as polêmicas que envolvem sua história, sua relevância social e não romancearemos a realidade, trataremos de suas desventuras e manchas, e, sobretudo, labutaremos por mostrar, a biblicidade do pentecostalismo clássico e comprovaremos, contrariando gostos, que não, o pentecostalismo clássico não morreu, e eu, sou prova viva disso!
Mais uma vez: Sejam todos muito bem vindos ao nosso Blog!
Deus em Cristo abençoe a todos!





[1] IBGE, senso de 2000.

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