tag:blogger.com,1999:blog-73400694942717364702024-03-12T20:01:39.216-07:00Teologia & CarismaUm espaço aberto para refletirmos sobre a Teologia Cristã em sua amplitude, especialmente seu enfoque pneumático, acentuando a importância dos carismas (dons) do Espírito Santo para a vitalidade da Igreja na contemporaneidade.Walace Alexsander A. Cruzhttp://www.blogger.com/profile/05829792450408705410noreply@blogger.comBlogger7125tag:blogger.com,1999:blog-7340069494271736470.post-78822002398544834522017-04-10T04:21:00.000-07:002017-04-10T04:25:24.981-07:00Susanna Wesley: O que podemos aprender com uma mãe de 19 filhos?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZaJNNKrJ6ItV3xKkYOxNQFTL7JLyaPFMsf0NNy-w3q1Z_rAtyn1xeNqQVa4MYLCzc6CeV_SyTs8Camv1FqjlA3G4wLsCzn7VNROS0DR7St69xifmdqGl8jTxHeejgD9j4wBBpZ_x2sp0s/s1600/susanna1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="140" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZaJNNKrJ6ItV3xKkYOxNQFTL7JLyaPFMsf0NNy-w3q1Z_rAtyn1xeNqQVa4MYLCzc6CeV_SyTs8Camv1FqjlA3G4wLsCzn7VNROS0DR7St69xifmdqGl8jTxHeejgD9j4wBBpZ_x2sp0s/s400/susanna1.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="background: white; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Muitos filhos só estão
de pé porque suas mães estão de joelhos</span><span style="background: white; font-size: 14pt; line-height: 150%;">. </span><span style="background: white; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Homens
e mulheres que se destacaram e se tornaram “grandes” ao longo da História não
alcançariam tais posições não fosse por suas mães que lhes serviram de base,
exemplo, inspiração e força propulsora. Popularizou-se a frase de que “Por
detrás de grandes homens, estão grandes mulheres”, equivocado. Grandes homens
são gestados, gerados, educados e projetados por grandes mulheres, aliás, muito
da grandeza de tantos filhos são reflexos transparentes da grandeza de suas
mães (ou seus pais). É impressionante o paralelo da vida. Nossa vida começa com
nossa mãe nos carregando em seu ventre, depois em seu colo e, por fim, em seu
coração, pensamentos e orações sempre. Depois, a situação se “inverte”, somos
nós que “carregamos” nossos pais, os interiorizamos dentro de nós, quando
crianças são nossos modelos ideais, exemplos a serem imitados. Passamos por
aquela fase (a grande maioria) da adolescência rebelde, onde iludidamente
taxamos nossos pais como aqueles que “não sabem nada” e proclamamos “liberdade,
independência!”, mas quando chegamos à maturidade redescobrimos que na
realidade nós é que não sabemos de nada, eles têm os saberes que precisamos saber
a sabedoria que universidades, colégios e cursos não vendem, pois, é sabedoria
pura, resultado da faculdade da vida, não é o resultado de conhecimentos
teóricos adquiridos, mas da sabedoria amadurecida pela (s) experiência (s)
vivida (s). Nossos pais, especialmente, nossa mãe permanece em nós mais vivos,
pulsantes e influentes que possamos imaginar, aos academicamente rigorosos, as
ciências neurológicas e psíquicas comprovam isto: Psicologia, psicanálise,
neurociência, etc. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> Muitos de nós certamente já ouvimos
falar de John Wesley, o notável ministro anglicano que se eternizou na História
como “A tocha tirada do fogo”, pois, saindo vivo de um incêndio que ocorreu em
sua casa, levando-a as cinzas, a criança (8 anos à época) saiu milagrosamente
ilesa, o fato foi um sinal indiscutível que o menino tirado do fogo era um
tição de Deus para incendiar o mundo. John Wesley se tornou um intelectual
respeitável, conseguiu com êxito a quase impossível tarefa de conciliar vida
acadêmica com uma vida cheia do Espírito Santo, sem jamais se esfriar. Elaborou
teologias, dissertou sobre temas complexos da fé, escreveu incansavelmente,
pregou para multidões cujas cifras fogem à pena, levou milhares de vidas ao
senhorio de Cristo, fundou (sem que essa fosse sua intenção primária) uma
sólida denominação evangélica (A Igreja Metodista), inspirou e ainda inspira
(inclusive a mim) milhões de pessoas ao redor do mundo, pois é um daqueles
homens que mesmo “depois de morto, ainda fala” (Hebreus 11.4). Todavia, o que
poucos sabem, e dos poucos que sabem, menos ainda assinalam é que a grandeza de
John Wesley é conseqüência direta da grandeza de sua amável mãe, a senhora
Susanna Wesley, a respeito de quem este artigo discorre em tributo.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 18.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: "arial narrow" , sans-serif;"> Susanna
Wesley nasceu em 20 de Janeiro de 1669 </span><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: "arial narrow" , sans-serif;">em Epworth, Inglaterra, filha de um ministro puritano
(movimento de reforma/restauração da Igreja, família e Estado no século XVIII).
Como era de costume à época casou-se muito jovem também com um ministro da
Palavra, Samuel Wesley. Foi mãe de 19 filhos, dos quais, John Wesley era o 15°.
Seus biógrafos relatam que a vida de Susanna foi turbulenta. Viveu quase a
maior parte de sua vida a margem da miséria, enfrentando muitas dificuldades.
Seu marido, Samuel Wesley foi preso duas vezes por questões financeiras
(dívidas), duas das casas onde moraram pegaram fogo, sendo totalmente perdidas
por causa do incêndio e como se não bastasse, a exemplo de Jó- O personagem
bíblico popularmente conhecido por suas tribulações seqüenciais, paciência e
confiança em Deus, Susanna enterrou 10 dos 19 filhos que seu ventre gerou. Como
seu marido era um pregador itinerante (viajava muito), viveu momentos extensos
e intensos de solidão e angústia, tendo no Espírito Santo somente, o amigo fiel
com quem pôde compartilhar suas tristezas materializadas em lágrimas. Apesar de
todos esses infortúnios, a vida de Susanna Wesley é uma série de lições sobre a
vida cristã das quais podemos e precisamos aprender muito. A <b><i>primeira</i></b>
é sobre <b><i>prioridade de tempo</i></b>: Apesar de sua fragilidade física devido a
alguns problemas de saúde, os compromissos do lar no que tange a organização da
casa e educação dos filhos, etc., quando já era mãe de nove filhos Susanna
decidiu dedicar 2 horas diárias para uma devocional com Deus, período de
oração, louvores, quebrantamento e leitura assídua da Palavra de Deus (a
Bíblia), acontecesse o que for, houvesse o imprevisto que fosse, nada,
absolutamente, a fazia falhar em seu compromisso diário com Deus. Para tantos
as 22 horas do seu dia eram sustentadas por aquelas 2 horas diárias com Deus,
certamente. Susanna entendeu Mateus 6.33, a prioridade do Reino era pressuposto
de sua vida, como o salmista do salmo 42.1 a alma daquela mulher “suspirava,
ansiava, desejava Deus”, podia exclamar como o autor do salmo 84.10 “Um dia em
tua casa (presença) vale mais do que mil em qualquer outro lugar”, Susanna
Wesley era como aquela Maria que se deleitava em “Ficar aos pés do Senhor”
(Lucas 10.38-42), o que não significava que fosse negligente com seus
compromissos familiares, no lar, antes, entendeu o princípio da <i>prioridade</i>: primeiro o Reino (O Rei),
depois, as demais coisas. A <b><i>segunda</i></b> lição é sobre a <b><i>dedicação
aos filhos:</i></b> Susanna Wesley era uma mãe presente e atuante, compreendeu
com precisão o princípio de Provérbios 22.6 “Ensina a criança <i>no</i> caminho que se deve andar”, essa mãe
amorosa, não simplesmente indicava o caminho aos filhos, andava de mãos dadas
com eles <i>no</i> caminho. Mesmo com todos
os compromissos e afazeres, organizou seu tempo de modo que ela mesma
alfabetizou todos os filhos, ensinando-os a ler e escrever a partir da Bíblia,
educando-os como homens e mulheres, sobretudo, como homens e mulheres de Deus.
O quanto essa mulher tem a dizer aos pais de hoje (sem generalizar jamais)? Muitos
dos quais, “entregam” seus filhos aos “cuidados” das escolas (por vezes
dominadas por sistemas de pensamentos anticristãos e mundanos) ou mesmo à
televisão e as mídias sociais a ponto de se tornar válido a máxima
antropológica: “Muitos homens se parecem muito mais com sua época do que com
seus pais”, nossos filhos se tornam a “imagem e semelhança” de um mundo
secularizado e pervertido e tantos pais ainda terceirizam as responsabilidades,
buscando eximir-se. Susanna Wesley nos ensina que nossos filhos serão resultado
do tempo que investimos neles, ainda que não imediatamente, pois é verdade,
muitos filhos educados em contextos cristãos andam perdidos, mas a semente foi
germinada e ao seu tempo, fatalmente brotará e trará seus frutos (Eclesiastes
11.1). A <b><i>terceira</i></b> e última (abordada nesse artigo) é sobre a <b><i>Fé
incondicional:</i></b> Cabe reafirmar o fato de que a vida de Susanna foi
complexa, ela viveu tensões no lar, dificuldade financeira, perdeu 10 filhos,
mas sua fé foi incondicional. Essa mulher gigante cristalizou a
incondicionalidade do amor de Deus, isto é, absorveu a revelação bíblica de que
Deus nos ama não pelo que somos ou fazemos, mas porque Ele é amor, é a essência
de Deus materializada na pessoa de Cristo Jesus (João 3.16; Romanos 5.8). De
igual modo devemos corresponder a esse amor na incondicionalidade da nossa Fé,
ou seja, nossa confiança em Deus não deve ser movida pelas circunstâncias que
vivemos, mas pela confiança no Deus que cremos/temos. Em meio a todas as
“tempestades e/ou desertos” da sua vida uma frase clássica da irmã Susanna
evidencia sua fé inabalável em Deus “</span><i><span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif;">Ainda que o homem nasça para o
infortúnio, eu creio, todavia, que sejam raros os homens sobre a Terra,
considerado todo o curso da sua vida, que não tenham recebido mais misericórdia
do que aflições e muito mais prazeres do que dor. <b>Todos os meus sofrimentos, pelo cuidado admirável do Deus Onipotente,
cooperaram para promover meu bem espiritual e eterno… Glória seja a ti, oh
Senhor!”<o:p></o:p></b></span></i></span></div>
<div style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 18.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"> Deus
seja louvado pelo legado que nos deixou Susanna Wesley! Que Deus levante mais
“Sussanas” e conseqüentemente o mundo será presenteado com mais “Johns
Wesleys!”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center;">
<span style="background: white; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: 12.0pt;">“Na realidade, tudo o que sou, como cidadão, como
brasileiro, como homem público, à minha mãe o devo.”<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 12.0pt;"><br />
<em><span style="background: white; border: 1pt none windowtext; padding: 0cm;">Juscelino Kubitschek</span></em></span><span style="font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
Walace Alexsander A. Cruzhttp://www.blogger.com/profile/05829792450408705410noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7340069494271736470.post-66636409435641747392017-04-06T08:09:00.005-07:002017-04-06T08:45:51.305-07:00Devocional: A Viva Esperança que não nos deixa desistir!<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial narrow" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqL9X63Bq_KqU9g1RIbEA5jxhUQ-I4Zoslmy9jnDnJbyRZLumEoTKxhBM7otiQIRXbzS5ipzKHHCXLdma7HfIq2sW9iCspr6x2wSI3OqfBcoYXHs_Lq0gg9ePem6v60QN-EEOGmvtzRrgk/s1600/esperan%25C3%25A7a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqL9X63Bq_KqU9g1RIbEA5jxhUQ-I4Zoslmy9jnDnJbyRZLumEoTKxhBM7otiQIRXbzS5ipzKHHCXLdma7HfIq2sW9iCspr6x2wSI3OqfBcoYXHs_Lq0gg9ePem6v60QN-EEOGmvtzRrgk/s400/esperan%25C3%25A7a.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial narrow" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Ao redor do mundo contemporâneo
<i>crise</i> é a palavra mais pronunciada,
indubitavelmente. Na sofisticada Europa, no crescente Tigre asiático, no
poderoso EUA e nas terras latino-americanas, inclusive, no Brasil, a realidade
ou o imaginário da <i>crise</i> perpassa as
mais diversificadas mentes e casas. Famílias desestabilizadas, casamentos
abalados, recursos escassos são reflexos dos colapsos econômicos que estremecem
os alicerces globais. Desemprego, desilusão e desesperança são latentes em
milhões de pessoas ao redor do mundo, de igual modo no Brasil, onde
os jornais impressos ou televisivos noticiam a cifra/ margem de mais de 14
milhões de desempregados. Como o cristão deve enxergar essa situação? Como a
Palavra de Deus nos conduz a perceber esses períodos de crise que assolaram e
assolam nações ao longo da História ao redor do mundo e hoje no nosso próprio
país? De maneira objetiva é o que vamos procurar ver/refletir nesse devocional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial narrow" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Em primeiro lugar é importante não
perder de vista a <i>soberania de Deus</i>.
O descontrole governamental das autoridades políticas, administrativas ou militares
jamais serão reflexos de um suposto descontrole de Deus. As Escrituras revelam
que Deus é o criador deste mundo (Gênesis 1-2), o salmista proclama o fato de
que “Do Senhor é a terra e toda a sua plenitude” (Salmo 24.1), nas palavras do
profeta Ageu, Deus é “Dono do ouro e da prata” (2.7), enquanto o autor de
Hebreus assinala o fato de que Deus “Fundou a terra, e os céus são obras de
tuas mãos” (1.10). Ao contrário da perspectiva Deísta que entende Deus
meramente como o princípio criador que gerou todas as coisas e estabeleceu
leis físicas que regem a criação, sem jamais, interferir nela, a
posição bíblica revela Deus não apenas como o criador, mas como plenamente
participativo no panorama criacional. Ele é denominado o “Alfa e Ômega”
(Apocalipse 1.8), haja vista, o fato de que perpassa do princípio ao final da
história temporal da criação. Se para o célebre historiador Marc Bloch
(1886-1944) a História é a ”Ciência dos homens no tempo”, eu definiria que a
História (na perspectiva bíblica) é a “Revelação progressiva de Deus no tempo”.
Deus é atemporal, pois é Eterno (I Timóteo 6.16), mas a História é exatamente a
temporalização do Eterno, evidenciado, no “Verbo que se fez carne” (João 1.14),
portanto, é o Eterno se inserindo na temporalidade para se revelar
progressivamente à sua criação. No cristianismo, a transcendência de Deus, isto
é, Ele é o “totalmente Outro” e sua imanência, ou seja, Ele é “plenamente imanente
a nós” não são dicotomias, mas convergências dialógicas, realidade
materializada no fato supracitado de que “O Verbo (que era Deus) se fez carne”
(João 1.1). Portanto, Deus é senhor da História. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial narrow" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Possivelmente, influenciado pela
leitura dicotômica existencial de Platão, muitos círculos teológicos desenham
um “conflito cósmico” entre bem e mal, luz e trevas representado por Deus e o
diabo, como se ambos fossem forças antagônicas conflitantes entre si travando
um combate cataclísmico. Que o diabo é a incorporação e a representação do
mal/trevas é fato bíblico, foi por sua sedução maliciosa que Adão e Eva pecaram
(Gênesis 3), sua atuação no mundo culmina em tragédias e destruições das mais
diversificadas, aliás, Jesus expulsou muitos demônios, haja vista sua missão
messiânica de “libertar os cativos” (Isaías 11.1-2) e ordenou aos discípulos
que também o fizessem (Mateus 10.1-11), afirmou, outrossim, que “Lhes deu poder
e autoridade” (Lucas 10.19) a despeito dos demônios. Não estou negando a
realidade tangível do mal. Mas mesmo o mal é subserviente ao poderio de Deus, satã
não é um agente livre que realiza o que quer ao seu bel-prazer, a história de
Jó é um bom exemplo disto. Desejoso de tentar Jó- “Homem integro e reto” (1.11),
o maligno precisou “pedir a Deus permissão para tocá-lo” (2.1-7). Gosto do
que Martinho Lutero (1483-1546) disse, a saber, que “O diabo é apenas um cão
raivoso preso na coleira de Deus”. Não insinuo desconsideramos o poder
(outorgado por Deus) que este ser maligno possui, antes, apenas, lembrar-nos
que o poder que satã possui é diminuto e subserviente ao único que detém “Todo
poder e autoridade” (Mateus 28.18), a respeito de quem todas as coisas lhe
estão submissas. O que também não infere que Deus seja o autor do mal. O mal é
resultado da livre escolha humana que legaliza a atuação do mesmo sobre si, como
Paulo bem ponderou “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6.23), assim, fica
explícito, que as conseqüências trágicas resultam das decisões tolas. Mas a
atuação do mal não inibe a soberania de Deus. Aliás, uma informação é
importante. A palavra hebraica para mundo é <i>Olam</i>
derivada de<i> hêlem</i> que significa
ocultação. Que mensagem maravilhosa! O mundo oculta Deus, por trás de tudo
isso, está o Senhor de toda a criação, não distante, mas, operante.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial narrow" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Conscientes dessa soberania de Deus
é preciso atentar para mais dois fatos. O primeiro é que Deus tem uma aliança
com seu povo Israel (Êxodo 19-24) e com a Igreja enxertada mediante o
sacrifício vicário de Cristo (Mateus 27.51; Romanos 11.1-31). Sem delongar,
basta lermos sobre o cuidado e o zelo de Deus com seu povo durante o período das “Dez
pragas” no Egito, enquanto os egípcios eram assolados, Israel desfrutava de
livramento. Todavia, ao contrário de tantas pseudo-teologias triunfalistas, é
fundamental observar que mesmo o povo da aliança, ou seja, o povo de Deus não
está imune às crises e situações adversas. Nossa desobediência e obstinação
podem nos levar a esses momentos turbulentos. Por outro lado, o próprio Deus
pode nos conduzir “aos desertos da vida” (Deuteronômio 8.1-4; Mateus 4.1-11),
simplesmente a fim de nos “provar”, e antes que alguém pense ser isto mero “capricho
de um Deus tirano e vaidoso”, não é, antes revela o amor de Deus em usar
pedagogicamente as adversidades da vida para que amadureçamos e sejamos
aperfeiçoados para um propósito maior que às vezes são ocultados e só o tempo
ou a eternidade nos revelará. Paulo, nosso apóstolo (aos gentios), relata aos
Coríntios que passou várias necessidades, mesmo “Fome, sede, nudez, etc.” (I
Coríntios 4.11-13). Assim, como manter viva a esperança em tempos de
desesperança? Primeiro creia na soberania de Deus e confie que há um propósito
pedagógico na permissividade de Deus em relação às situações adversas de sua
vida, o mesmo Paulo que, por permissão de Deus, enfrentou tudo aquilo,
posteriormente disse “Aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar
abatido, e sei também ter em abundância; em toda maneira e em todas as coisas,
estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância
como a padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece”
(Filipenses 4.11-13). Que lindo! Paulo compreendeu que “Todas as coisas
cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8.28) e nós também
precisamos entender que nossa vida não será somente “vitória”, mas Deus usa as
nossas derrotas, frustrações, perdas, etc., visando um propósito maior. Por fim
(e a esse respeito valeria outro artigo) precisamos resgatar os fundamentos da
nossa fé: Quem somos? Porque estamos aqui? E para onde vamos? Se soubermos que
somos filhos de Deus em Cristo (João 1.11-12) que estamos aqui de forma
passageira (Filipenses 3.20) e que vamos para um lugar onde as Escrituras
prometem que “Deus enxugará dos nossos olhos todas as lágrimas” (Apocalipse 21.4),
somente então nos desfaremos do mundanismo e materialismo exacerbado que por
vezes se assenhoreou dos nossos corações, voltaremos como bem disse John Bunyan
(1628-1688) a sermos “peregrinos em caminhada indesistível ao céu”, conscientes
que “As aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em
nós há de ser revelada” (Romanos 8.18) e então, somente então, compreenderemos
o que Pedro disse “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que,
segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma <i>viva esperança</i>, pela ressurreição de
Jesus Cristo entre os mortos” (I Pedro 1.3). Alegre-se! Nossa esperança é/está
viva!<o:p></o:p></span></div>
Walace Alexsander A. Cruzhttp://www.blogger.com/profile/05829792450408705410noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7340069494271736470.post-6919185137558182502017-03-22T10:16:00.000-07:002017-03-22T12:12:19.627-07:00Porque não somos cessacionistas? Uma perspectiva Pentecostal Clássica <div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOdpU3PvBc6jfvkJlG7VTkifT2rXzowBnlWqJ1CuCXoVMPZqOWgupbMEj3oqgKxv7NjL1_rE4Vn__0JiU4B7yR2bKdJsg55CAPbYJpBqhXde3XPQEpW40xmKTXei8HI4W-YaRsHvIVYH-r/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOdpU3PvBc6jfvkJlG7VTkifT2rXzowBnlWqJ1CuCXoVMPZqOWgupbMEj3oqgKxv7NjL1_rE4Vn__0JiU4B7yR2bKdJsg55CAPbYJpBqhXde3XPQEpW40xmKTXei8HI4W-YaRsHvIVYH-r/s320/images.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="white-space: pre;"> </span>O cessacionismo, grosso modo, é uma corrente hermenêutica que interpreta os carismas (dons) espirituais relatados em Atos dos Apóstolos como pertencentes e pertinentes exclusivamente ao período apostólico e que, portanto, cessaram e/ou não estão mais disponíveis aos cristãos na contemporaneidade. Historicamente a raiz desta perspectiva equivocada, quiçá antibíblica, encontra-se (de forma sólida) em meados do século III- IV d.C. O contexto histórico apresenta um cristianismo pós-primitivo, distanciando-se dos apóstolos e dos denominados “Pais Apostólicos”, ou seja, aqueles primeiros padres (pais) e pastores (condutores) que guardaram a doutrina apostólica e se responsabilizaram por doutrinar na fé os novos convertidos de então. Com a conversão de Constantino I (272-337 d.C) que pôs fim na perseguição aos cristãos e posteriormente de Teodósio I (346-395 d.C) que efetivou o cristianismo como religião oficial do império Romano, a Igreja entrou em decadência, sua politização desencadeou um processo de racionalização, materialismo e mundanismo que se arrefeceram os ânimos no que tange a uma espiritualidade transcendente, experimental e vibrante. A Igreja agora livre, oficializada, institucionalizada e politizada, dispunha de mecanismos políticos, filosóficos e sociais no intuito de seu progresso e expansão que aparentemente dispensava a necessidade de “revestimento de poder” (Atos 1.8) como pressuposto para alcançar seus objetivos missionários. Agostinho de Hipona (354—430 d.C) o célebre “Doutor da Igreja” (Expressão designada pelo Catolicismo romano), foi um dos que mais contribuíram para fomentar o cessacionismo. São suas as palavras <i>“O sinal foi dado e então expirou. Não devemos mais alimentar a expectativa de que quem receba a imposição de mãos deva receber o Espírito Santo e falar em línguas”</i>, o mesmo Agostinho também disse <i>“Por que, pergunto, não ocorrem mais milagres em nossos dias, como acontecia nos tempos antigos? Respondo que eles eram necessários na época, antes que o mundo viesse a crer, para que o mundo fosse convencido. (1)” </i>Infelizmente essa interpretação instaurou-se no arcabouço doutrinário da Igreja à época e perduraram durante séculos na história do cristianismo, exceto um ou outro indivíduo ou mesmo pequenos grupos que tentaram corrigir esse erro, o clero e a grande massa da Igreja creu nisso quer no Catolicismo romano, no protestantismo luterano ou na reforma calvinista com suas especificidades.</div>
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<br /></div>
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<span style="white-space: pre;"> </span>Somente em fins do século XVIII com as pregações do ministro anglicano e precursor dos grandes avivamentos John Wesley (1703-1791) e oficialmente com a experiência do falar em línguas da irmã Agnez Ozman em 1901 nos EUA e por fim, com a eclosão do movimento pentecostal cujo pólo foi Azuza Street (1906) é que as correntes do cessacionismo foram definitivamente destruídas e o continuacionismo emergiu das páginas das Sagradas Escrituras e do evento de Atos II para materializar-se novamente na história da Igreja. Mas afinal, porque nós, os pentecostais clássicos não somos cessacionistas? Porque somos bíblicos! E biblicamente não encontramos quaisquer subsídios que fundamentem uma cessação dos carismas (dons) do Espírito Santo no tempo dos apóstolos, pelo contrário, a pessoa, os carismas e a atuação do Espírito Santo são enfatizados e acentuados com maior intensidade exatamente para o tempo que marca as atividades da Igreja (enquanto corpo de Cristo) em constante espera (do retorno de Cristo) e trabalho (na proclamação do Evangelho).</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="white-space: pre;"> </span>Biblicamente não somos cessacionistas, por no mínimo três motivos. O primeiro é a responsabilidade que temos como cristãos de darmos continuidade ao ministério de Cristo. Fato notável nos Evangelhos é o cuidado de Jesus em chamar homens para o discipulado e a preparação na nobre missão de disseminar o Evangelho (Mateus 10.1-10; Marcos 1.16-20), enquanto com eles, experimentou-os conforme Lucas 10.1-9; Mas sua ênfase recaiu, sobretudo, no compromisso dos discípulos enquanto propagadores do Evangelho, especialmente quando de sua partida (Mateus 28.19; Marcos 16.15; Lucas 24.46-47; João 20.21), contudo, o fato subseqüente é a incapacidade dos discípulos (em si mesmos) para tamanha missão. Interessante observar que mesmo Jesus, enquanto “Verbo encarnado” (João 1.1), isto é, o Deus que se fez carne (S. Anselmo) cumpriu as premissas de “ser batizado” e “receber o Espírito Santo” (Mateus 3.16) antes de iniciar suas atividades missionárias como relatam os quatro Evangelhos. A respeito de Cristo, o profeta Isaías profetizara sua pluralidade de carismas (11.1-2; vale ressaltar uma leitura paralela/ comparativa também em I Coríntios 12.7-10). Ora, se mesmo Jesus, apesar de plenamente Deus e plenamente homem considerou imprescindível, em sua condição humana “receber o Espírito Santo e os carismas advindos” quanto mais os discípulos (e nós como responsáveis pela continuidade da obra)? Aliás, tal dedução não pressupõe minha lógica explícita, antes, o próprio Jesus, afirma aos discípulos que o “revestimento de poder” era indispensável à obra missionária da qual estavam incumbidos conforme Lucas 24.49; Atos 1.8; João 14.16-17. Tendo em consideração os dois pressupostos elucidados, compreendemos que o Espírito Santo e conseqüentemente seus dons são indispensáveis para a Igreja enquanto corpo de Cristo em atividade. Isto porque, ao invés da Bíblia propor qualquer cessação dos carismas, afirma pelo contrário que “Os sinais seguirão aqueles que crerem: Em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão” (Marcos 16.17-18), a afirmação de Cristo aqui não condiciona tempo, espaço ou pessoas, apenas “crer”, se crermos o sinais nos seguirão, dentre estes sinais estão “falar novas línguas” (Atos 2.1-4; 10.46;19.6)! Se crermos porque não podemos viver a materialização desta promessa? Eu respeito Agostinho, mas sua ponderação foi equívoca! Cristo prometeu e ele é infalível em suas promessas! As Escrituras ainda afirmam que Cristo “Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens” (Efésios 4.8) E isso se evidencia com Atos II, dentre tantos outros textos que mostram após a ascensão de Cristo o Espírito sendo infundido sem medidas e carismas sendo dispensados sobre os que criam. Paulo em I Coríntios 12.4-11 ressalta a importância dos carismas para a funcionalidade da Igreja quer enquanto organismo ou mesmo instituição, o mesmo Paulo acentua que os carismas levam-nos ao “aperfeiçoamento e a edificação do corpo” (Efésios 4.12). Escrevendo aos mesmos irmãos de Corinto, Paulo se regozija, haja vista, o fato de que “não lhes falta dom (carisma) algum” (I Coríntios 1.7). Aqueles que resistem aos carismas na contemporaneidade fazem-no por vezes, piedosamente, alegando que com o fechamento do cânon das Escrituras, tornam-se desnecessários os dons. Todavia, dois fatos precisam ser esclarecidos. O primeiro é que nenhum pentecostal clássico autêntico equipara, suplanta ou subjuga as Escrituras em relação a qualquer carisma que seja, aliás, mesmo os que se consideram “antipentecostais” que são honestos sabem que todas as denominações pentecostais clássicas têm as Escrituras como única regra de fé e conduta, sendo somente ela a Palavra de Deus (como revelação plenária- verbal) perfeita, infalível e eterna, sendo assim, não são os carismas (ou experiências) que definem verdades, pelo contrário são os carismas e as experiências que são julgados e legitimados ou não à luz das Escrituras Sagradas. Em segundo que a manifestação dos carismas não representa qualquer contradição às Escrituras, pelo contrário, a convicção da existência, operação e disponibilidade dos carismas para a Igreja em todos os tempos “antes que venha o que é perfeito” (I Coríntios 13.10) emana da própria Escritura. Os pentecostais não inventaram a idéia de carismas, tampouco de continuacionismo, pelo contrário, é o exame honesto das Escrituras que nos fazem crer que ainda hoje “A manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil” (I Coríntios 12.7), para nós pentecostais a manifestação do Espírito distribuindo seus carismas foi (As Escrituras Sagradas o afirmam e demonstram; assim como a História do movimento pentecostal-carismático) e ainda hoje é útil e é por isso que seguindo o conselho de Paulo “Procuramos com zelo os melhores dons” (I Coríntios 12.31a).</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
1. SYNAN. Vinson. <i>O século do Espírito Santo</i>. São Paulo. Editora Vida. 2009.</div>
Walace Alexsander A. Cruzhttp://www.blogger.com/profile/05829792450408705410noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7340069494271736470.post-87954235918080938582017-02-12T07:35:00.006-08:002017-02-12T07:37:18.459-08:00Fuja dos Estereótipos: Se esconda em Cristo!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgufaIhR-BgChlzVxebTtbpXYPMNyFg21VfwhUTTdmQsQLJOC3CQ-lmTxlzpF4AdYg-RoY0FJJgf4Vh7SJ2efZrYLBVszDhPCDqq9gxLM2NeqxwzzB8UrMpo5lciab6w9pDwT9sXlnnKOK9/s1600/Estere%25C3%25B3tipos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="226" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgufaIhR-BgChlzVxebTtbpXYPMNyFg21VfwhUTTdmQsQLJOC3CQ-lmTxlzpF4AdYg-RoY0FJJgf4Vh7SJ2efZrYLBVszDhPCDqq9gxLM2NeqxwzzB8UrMpo5lciab6w9pDwT9sXlnnKOK9/s400/Estere%25C3%25B3tipos.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> A Queda do homem (Gênesis 3.1-8) deformou (destruiu?) a <i>imago Dei</i>, isto é, a imagem de Deus em
nós. Desde o Éden, o homem tornou-se um ser em ininterrupto conflito: Contra
Deus (porque o pecado é uma declaração de guerra a Deus), contra o próximo, a
começar pelo homicídio familiar de Caim para com Abel (Gênesis 4.1-7), e na
realidade consigo mesmo, estamos diariamente em uma crise existencial,
sintetizado na famosa expressão teatral-filosófica “ser ou não ser: eis a
questão” (Hamlet- William Shakespeare). O Reverendo Hernandes Dias Lopes disse
que o “homem é uma guerra civil ambulante”, a Queda, expressão do rompimento do
homem para com Deus, desencadeou simultaneamente o processo de rompimento
social humanitário. O Filósofo Platão (IV a.C) insistiu na dicotomia do homem,
isto é, alma x corpo. Para este, a alma estava aprisionada no corpo, lutando
desesperadamente por liberta-se. O mundo em si era dicotômico, a realidade
imanente era uma oposição da transcendente. De fato, a dicotomia do mundo é
latente. Na esfera social, a história registra conflitos entre brancos e
negros, ricos e pobres, senhores e escravos (e nisso, somente, concordaria, em
certa medida, guardada todas as proporções, com Karl Marx de uma “luta de
classes” histórica), na esfera política se percebem a dicotomia entre direita
(conservadora e/ou liberal) e a esquerda (essencialmente revolucionária). E
infelizmente, nos meandros eclesiásticos, as dicotomias, tricotomias e fragmentações
diversificadas também se evidenciam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Aos que às vezes lamentam falando a respeito de um tempo
“em que os irmãos eram mais unidos” em detrimento dos dias hodiernos, tal
prerrogativa é equívoca! Nos dias primeiros da Igreja cristã (primitiva), as fragmentações
já se notabilizavam. A Igreja de Corinto é prova clara disso. Na sua epístola
aos Coríntios, especialmente, nos capítulos I e III, Paulo trata de uma divisão
existente que ameaçava a unidade da irmandade cristã. Partidarismos se formavam
a ponto de uns afirmarem ser “de Paulo, outros de Apolo e outros de Cefas” (I
Coríntios 1.11-12). No decorrer da História da Igreja não foi diferente. Nos
idos do século II temos os apostólicos de um lado e os agnósticos do outro, no
século III e IV o sério conflito entre arianos e nicenos. Temos o Cisma da
Igreja Católica, entre romanos e ortodoxos, no século XI. No século XVI a
Reforma Protestante introduzida por homens como John Huss (1369-1415) e Jerônimo
Savonarola (1452-1498) e eclodida por Martinho Lutero (1483-1546), racharam
definitivamente a cristandade e introduziu um tempo novo para a história
eclesiástica. As fragmentações ainda se intensificariam mais dentro do
protestantismo. Surgiria a divisão entre calvinistas e arminianos, tradicionais
e pentecostais, pentecostais e neopentecostais, sem contar as inúmeras
dissidências de dentro do protestantismo que deram vida a novas expressões de
fé e grupos religiosos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Esse alvoroço todo retomou os dias da Igreja de Corinto,
certamente, ainda mais agravante. O que assistimos hoje nas mídias televisivas
e redes sociais é uma guerra religiosa interdenominacional indescritível.
Muitos ditos cristãos têm se reduzido a estereótipos teológicos e
denominacionais. Preferem identificarem-se como luteranos, calvinistas,
anglicanos, pentecostais, etc., etc., evocando os coríntios que se
identificavam como sendo de “Paulo, Apolo, Cefas, etc.” Não estou propondo,
negarmos nossas raízes históricas- confessionais. Eu mesmo, por exemplo, assumo-me
como pentecostal clássico. Foi dentro de uma denominação desse movimento que
Cristo me chamou a graça, me salvou por seu amor incondicional, me deu a
alegria de receber o Batismo no Espírito Santo (com a evidência inicial do
“falar em outras línguas”, conforme Atos 2.1-4; Atos 10.46; Atos 19.6) e me
designou para o ministério como ministro de sua palavra. Os conhecimentos
objetivos das Escrituras somados à experiência subjetiva dos mistérios da fé
que tenho vivido nesses anos foram dentro do contexto pentecostal clássico,
onde me encontro, de onde falo, aqui é minha casa. Mas, sobretudo, ou mesmo,
antes de tudo, sou cristão. É, aliás, a designação bíblica que os seguidores de
Jesus, de fato, receberam, Lucas narra que “Em Antioquia, foram os discípulos,
pela primeira vez, chamados cristãos” (Atos 11.26). Quando me assumo um
pentecostal clássico, apenas digo que essa é a perspectiva teológica-
hermenêutica de minha compreensão/confissão de fé. Mas minha vocação é ser
cristão. Quando Jesus chamou os Doze (Mateus 10.1-40), chama-os para serem
“seus discípulos”. O pastor e teólogo Dietrich Bonhoeffer (1906-1945),
deixou-nos, antes do martírio, um livro excepcional chamado <i>Discipulado</i> (1937), certamente, a melhor
obra sobre a temática que conheço, onde o autor nos leva a compreensão do
genuíno chamado de Cristo a nós. Ser cristão e discípulo são a mesma coisa,
aliás, só podemos ser alcunhados de cristãos pelo fato de termos sido matriculados
no discipulado com Cristo. Os discípulos foram chamados para segui-lo, imitá-lo
e dar continuidade às obras de Cristo (João 14.12/ Marcos 16.15), inclusive,
“fazer discípulos” (Mateus 28.19) foi uma das últimas ordens expressas de nosso
Senhor. Jesus não disse: “Sereis luteranos”, “sereis calvinistas”, “será
arminiano”, “será pentecostal”, sua proposta era unilateral “sereis meus
discípulos” (João 15.8) e nisto “O pai seria glorificado”, pois, os discípulos
frutificam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> O problema latente dos estereótipos é que eles guardam em
si, posições extremistas que desembocam na segregação e fragmentação, no caso
eclesiástico, do corpo de Cristo. Irmãos têm se digladiado em nome de teólogos
e interpretes da fé, de sistemas teológicos e de denominações. Deveríamos
deixar (vez em quando) os intérpretes (interpretes são falíveis) da Palavra de
lado, pois muitos os têm como autoridades infalíveis (tipos de papas
protestantes) e voltarmos à pureza da Palavra (sola scriptura). E o que esta Palavra
diz a nós, cristãos, discípulos do Mestre é que “Nisto todos conhecerão que
sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13.35).
Discordâncias, perspectivas diferentes, ânimos aquecidos sempre haverá, mesmo
Paulo e Barnabé, homens maduros e referenciais tiveram uma contenda a ponto de separam-se
momentaneamente por situações em que discordaram (Atos 15.37-39). Paulo e
Pedro, apóstolos modelares, de igual modo estranharam-se e “resistiram-se”
(Gálatas 2.11-15). Mas mesmo em meio às discordâncias, renderam-se a “unidade
do Espírito” (Efésios 4.3). É tempo de
fugirmos de estereótipos que nos separam e nos encontramos em Cristo que nos
une “em um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres” (I
Coríntios 12.13). <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> <o:p></o:p></span></div>
Walace Alexsander A. Cruzhttp://www.blogger.com/profile/05829792450408705410noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7340069494271736470.post-39599781355309916012017-02-09T05:27:00.000-08:002017-02-09T05:28:43.022-08:00Pentecostes: A gênese da Igreja Cristã<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCGnRvFpczu52BCvRArNPwTitZwSclCrkN4P84jZ2O3jbcFpvBySaZP7rzIaRbaK5kqoI8zB1I_Csm_obr-PQ7AWuxVrB5mZcUDQcjBzqro4YFpd5ud7soEszatxcxgRs0lVJn0Vn6xDt6/s1600/pentecostes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCGnRvFpczu52BCvRArNPwTitZwSclCrkN4P84jZ2O3jbcFpvBySaZP7rzIaRbaK5kqoI8zB1I_Csm_obr-PQ7AWuxVrB5mZcUDQcjBzqro4YFpd5ud7soEszatxcxgRs0lVJn0Vn6xDt6/s400/pentecostes.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><u><span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></u></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><u><span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Pentecostes: A gênese da Igreja Cristã<o:p></o:p></span></u></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">As raízes da nossa fé são judaicas. Não
por acaso, compreendemos pela fé, na hermenêutica apostólica de Paulo que toda
a liturgia e ritualismo judaico veterotestamentario devem ser interpretados
como “sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo” (Colossenses 2.17),
isto acentua a verdade de que devemos examinar as Escrituras, pois “elas
testificam de Cristo” (João 5.39). Toda a Bíblia é Cristocêntrica, isto é, desde
a Lei, perpassando pelos profetas, nos livros sapienciais e culminando nos
enunciados apostólicos se concentra a pessoa de Cristo: seu nascimento, vida,
morte e ressurreição triunfante. Mas o filho de Deus encarnado, o “verbo que se
fez carne” (João 1.1), apesar de sua eternidade e preexistência, nasceu dentro
de um contexto histórico cultural judaico. Nascido em Belém (Mateus 2.1-6),
cresceu em Nazaré (Mateus 2.23), e com raras exceções (p. ex; Mateus 15.21-28)
concentrou-se em dedicar seu ministério ao povo judeu. O próprio Senhor evidencia
isso no diálogo com a mulher Cananéia quando lhe diz que “Eu não fui enviado
senão as ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mateus 15.24). João enfatiza tal
premissa quando acentua que Ele “veio para o que era seu, mas os seus o
rejeitaram” (João 1.11), não há qualquer embate teológico (sério) que
desconsidere o termo “os seus” de João 1.11, como referência ao povo judeu.
Paulo ratifica isso em sua epístola aos Romanos quando diz que “O Evangelho é o
poder de Deus que opera para salvação de todo aquele que crê <i>primeiro o judeu</i>, depois o grego”
(Romanos 1.16; grifo meu); Ainda escrevendo aos Romanos no complexo trecho
(Caps. 9-11) em que trata da predestinação divina é precisamente a respeito do
povo judeu que Paulo está falando. Eles são os sujeitos alcançados
soberanamente pela predestinação divina, de tal maneira, que Paulo, a respeito
do remanescente judeu fiel, afirma seguramente “Quanto ao Evangelho, são
inimigos por causa de vós; mas, quanto a eleição, amados por causa dos pais;
porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” (Romanos 11.28-29), isto
é, por causa do pacto de Deus com os pais (Abraão, Isaque e Jacó) os judeus são
amados e estão seguros na irrevogabilidade do amor de Deus (o que por si só,
destrói a falsa teologia da substituição, aclamada em certos Arrais
teológicos).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">É dentro deste contexto hebreu
(judaico) que os mistérios da nossa fé surgem, se constroem e se revelam.
Pentecostes era uma importante festa comemorativa judaica. Celebrada
anualmente, realizava-se especificamente cinqüenta (de onde se deriva o nome da
festa) dias após a celebração de pêssach (Páscoa), ou seja, a festa pela
libertação da servidão egípcia (Êxodo 12-13). Dentro do calendário lunar dos
hebreus, coincidia que a data de celebração de pentecostes ocorria com o
período esperado da colheita do trigo, importantíssimo para uma sociedade
agrícola como a judaica. Por propósito divino, a materialização da promessa de
nosso Senhor a respeito de sua Igreja cujas “portas do inferno não prevalecerão
contra ela” (Mateus 16.8), acontece exatamente quando “No dia de Pentecostes
estavam todos reunidos no mesmo lugar” (Atos 2.1). Os feitos de Deus não são
por acaso, como ponderara o sábio Salomão “Há tempo para todo propósito”
(Eclesiastes 3.1). O tempo de Deus materializar sua Igreja na terra precisava
ser exatamente no contexto judaico de pentecostes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Primeiro por que pentecostes pressupunha
libertação (páscoa) e a Igreja era exatamente aqueles que outrora “estavam
mortos em seus pecados” (Efésios 2.1-2), mas que “conheceram a verdade e a
verdade os libertou” (João 8.32), o ajuntamento daqueles que ali estavam
“reunidos no mesmo lugar”, a exemplo dos hebreus que saíram a pés enxutos do
Egito na noite milagrosa em que o sangue do cordeiro pascal os livrara do anjo
da morte (Êxodo 12.21-37), estes 120 também foram libertos da escravidão do
mundo, do pecado e de suas vontades humanas irrefreáveis, estavam livres, pois
como afirmou João, apóstolo de nosso Senhor “Se, pois o Filho vos libertar
verdadeiramente sereis livres” (João 8.36). Cônscio dessa verdade foi que
Paulo, posteriormente, escreveria aos irmãos de Colosso “Ele nos tirou do
império das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor”
(Colossenses 1.13). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Segundo porque pentecostes era a
celebração pela libertação, mas também a gratificante responsabilidade de
trabalhar na colheita que vislumbrava nos campos. Esse simbolismo judaico tem
muito a dizer a então jovem Igreja nascente. Fomos libertos, mas não devemos
nos acomodar no contentamento alegre de termos sido libertos, temos agora a
incumbência de realizar a colheita. Nosso Senhor havia exortado “Levantai os
vossos olhos e vede os campos, que já estão prontos para a colheita” (João
4.35), pouco depois da ressurreição e antes da ascensão ordenou “Ide por todo o
mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Marcos 16.15), nas palavras de
Mateus “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações” (Mateus 28.19). O
“Ide” e “Fazei” é a tradução do enigma de João 4.35, a colheita dos campos
prontos é a responsabilidade de anunciar o Evangelho e “conquistar os pecadores
para Cristo”.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">É irrefutável, no plano eterno de Deus
está à gênese da Igreja, afinal, nas palavras de Paulo aos Efésios, por essa
Igreja “Cristo se deu” (Efésios 5.25) e João afirma que “O Cordeiro foi morto
desde a fundação do mundo” (Apocalipse 13.8), mas a materialização histórica e
concreta do plano eterno e atemporal de Deus deu-se em Pentecostes. Numa
perspectiva histórica (na qual estamos inseridos e limitados) em Pentecostes está
a “fundação oficial” da Igreja, ali profecias se cumpriram, tais como Joel
2.28-29; Mateus 3.11; Marcos 1.8; Lucas 3.16; Lucas 24.49 e Atos 1.8. Ora, se
os irmãos que se sentem herdeiros da reforma protestante no século XVI liderada
por Martinho Lutero (1483-1546), não vêem problema em denominar-se “luteranos”
(ainda que Lutero mesmo não aprovasse tal denominação) pela identificação com
ele; e se aqueles que abraçam a estrutura hermenêutica de leitura cristã de
João Calvino (1509-1564) sentem-se resolutos em categorizar-se como
“calvinistas”, não temeria em dizer que não apenas eu, por abraçar o corpo
doutrinário do cristianismo (na perspectiva pentecostal clássica), mas que
biblicamente toda a Igreja de Cristo é geneticamente pentecostal. <o:p></o:p></span></div>
<div>
<div id="ftn1">
</div>
</div>
Walace Alexsander A. Cruzhttp://www.blogger.com/profile/05829792450408705410noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7340069494271736470.post-22733958723706900762017-02-09T05:24:00.000-08:002017-02-09T08:48:39.058-08:00O Pentecostalismo Clássico morreu?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdmm6NTN2rSVMTHt81ro6a-9cRCzJ-Klhxd0tOq-cy08Zjt5pJT3gyhmSEcn1KU8vRgjaYKWqNffeyHq2m1odtWcyi-kub9Qg5T6BN4lG1Cr9i7oKV1LXVn1SC0t7qP-6yj2hyaDjM9FEd/s1600/Interroga%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdmm6NTN2rSVMTHt81ro6a-9cRCzJ-Klhxd0tOq-cy08Zjt5pJT3gyhmSEcn1KU8vRgjaYKWqNffeyHq2m1odtWcyi-kub9Qg5T6BN4lG1Cr9i7oKV1LXVn1SC0t7qP-6yj2hyaDjM9FEd/s320/Interroga%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" width="320" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><u><span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">O Pentecostalismo Clássico Morreu?<o:p></o:p></span></u></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Os
últimos dados estatísticos do IBGE<a href="file:///D:/Artigos%20do%20Blog/O%20Pentecostalismo%20Cl%C3%A1ssico%20Morreu%20I.docx#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) apontam que os denominados
pentecostais compõem um total de 67% da totalidade do evangelicalismo
brasileiro, isto é, dos cerca de 26,2 milhões de evangélicos brasileiros, uma
cifra de 17,7 milhões se declaram pentecostais. Trocando por miúdos, os
pentecostais são a maioria esmagadora dos evangélicos brasileiros. Caso
subtraíssem os pentecostais da contagem de evangélicos no Brasil, nosso país
seria considerado um país timidamente evangélico, com uma quase insignificância
estatística. O fenômeno pentecostal brasileiro chama atenção, tanto é que
dentre os cientistas sociais, especialmente, aqueles dedicados a sociologia das
religiões, a temática do pentecostalismo tem sido recorrente e persistente como
objeto valioso de pesquisa. Internamente, dentro do próprio ciclo evangélico o
pentecostalismo tem sido um vulcão efervescente causando debates, discussões e
embates dos mais diversos, especificamente, a multiplicação dos televangelistas
tem dado maior visibilidade aos evangélicos, massivamente, os pentecostais.
Inclusive, muitos escândalos e bizarrices das mais hilárias têm surgido do meio
(dito) pentecostal, não por acaso, camadas mais históricas e “conservadoras” do
protestantismo brasileiro (p.ex., luteranos, anglicanos e presbiterianos)
terminam por classificar o pentecostalismo como uma “seita pseudo-cristã”,
tomando algumas denominações (ditas) pentecostais por modelo, a condenação
parece válida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Todavia é
preciso tomar cuidado com as generalizações. O Pentecostalismo não é um
movimento hegemônico, concatenado, uniforme. Especialmente da década de 80 pra
cá têm surgido muitos movimentos autodenominados pentecostais que
definitivamente, nada têm a ver com as raízes históricas, doutrinárias e
teológicas do legítimo pentecostalismo clássico. Para tantos o pentecostalismo
clássico morreu nos idos de 1950, até mesmo antes, mas, os que sentenciam tal
veredicto se equivocam. Os pentecostais clássicos persistem na
contemporaneidade, talvez, categorizados dentre os mais combatentes possíveis,
haja vista, precisa enfrentar os desvios gritantes dos próprios pentecostais de
um lado, a avalanche neopentecostal que cada vez multiplica seus adeptos e
surpreende-nos com seus malabarismos anti-bíblicos e invencionices vexatórias
(e muitos empacotam o pentecostalismo clássico e o neopentecostalismo, como se
fossem “farinha do mesmo saco”), do outro. De sobra, ainda há os vociferantes
ataques de muitos cristãos tradicionais e “reformados” que bombardeiam
impiedosamente o pentecostalismo taxando-o inescrupulosamente de sectário e
falsário. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Este blog
não surge levianamente como campo de defesa (apologia) do pentecostalismo ou
como um tanque de ataque contra aqueles que nos difamam. Antes, postula ser um
lugar comum para todos aqueles que “resgatados do império das trevas foram
transportados para o Reino do Filho do seu amor” (Colossenses 1.13-14), hoje
são em Cristo “novas criaturas” (II Coríntios 5.17) e tem “servido ao Senhor
com alegria” (Salmos 100), nessa família de Deus, parte invisível do corpo
místico de Cristo que é a “Igreja do Deus vivo” (II Coríntios 6.16), nesse movimento
centenário pouco conhecido, muito difamado, definitivamente indestrutível,
porque não é “obra de homem, mas de Deus” (Atos 5.38-39), a saber, o movimento
pentecostal clássico. Nesse espaço (dentre outros temas diversificados)
apresentaremos um pouco da história do pentecostalismo clássico, sua estrutura
e fundamentação doutrinária, o arcabouço de sua perspectiva teológica, as
polêmicas que envolvem sua história, sua relevância social e não romancearemos
a realidade, trataremos de suas desventuras e manchas, e, sobretudo,
labutaremos por mostrar, a biblicidade do pentecostalismo clássico e
comprovaremos, contrariando gostos, que não, o pentecostalismo clássico não
morreu, e eu, sou prova viva disso!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mais uma vez: Sejam todos muito bem vindos ao nosso Blog!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Deus em Cristo abençoe a todos!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div>
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1">
<div class="MsoFootnoteText" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<a href="file:///D:/Artigos%20do%20Blog/O%20Pentecostalismo%20Cl%C3%A1ssico%20Morreu%20I.docx#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">IBGE, senso de 2000.<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
Walace Alexsander A. Cruzhttp://www.blogger.com/profile/05829792450408705410noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7340069494271736470.post-8326172177483367762017-02-09T05:19:00.001-08:002017-02-09T05:28:56.495-08:00Teologia & Carisma: Primeiras Reflexões e Boas- Vindas!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAMc6oo8GgO6qXal29Y7Ie7TVYCJk35nQz7LANK5WuJioAJvqEOcmvVTvi1Mf2WmLfd44_vDjm8jaSjftEfbxlWbpL4hytHWRdyEiQYGLXVdGldoDqnflj-CBfgo_A00VOr5HY7vQD6rdF/s1600/benvindoblog.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="325" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAMc6oo8GgO6qXal29Y7Ie7TVYCJk35nQz7LANK5WuJioAJvqEOcmvVTvi1Mf2WmLfd44_vDjm8jaSjftEfbxlWbpL4hytHWRdyEiQYGLXVdGldoDqnflj-CBfgo_A00VOr5HY7vQD6rdF/s400/benvindoblog.png" width="400" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><u><span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></u></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><u><span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Teologia & Carisma: Primeiras
reflexões e Boas- Vindas!<o:p></o:p></span></u></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A <i>Fé</i>
não é necessariamente o oposto da razão. É essencialmente o oposto do <i>racionalismo</i>, haja vista, o racionalismo
se define, grosso modo, pela aceitação somente daquilo que pode ser
compreendido pela razão empírica. Da razão não, pois o próprio apóstolo Paulo
exortava aos irmãos romanos a oferecer a Deus “culto racional” (Romanos 12.1),
enquanto o apóstolo Pedro encoraja-nos a “dar razão da nossa esperança” (I
Pedro 3.15). Todavia, a Fé transcende-a, isso, indiscutivelmente. Portanto o
pressuposto básico para a Teologia é a Fé. Sem a premissa da Fé é “perca de
tempo” debruçar-se sobre tal “ciência”. O pastor e teólogo neo-ortodoxo Karl
Barth (1886-1968) já acentuava em sua obra <i>“Introdução
a Teologia Evangélica”</i> (Ed. Sinodal. 2007) que “A Fé não é o tema central
da Teologia é apenas o pressuposto básico para adentrar no mundo dela” (P.
64-65). Assim, teologia é “ciência livre”, isto é, não está submetida aos
pressupostos dos arcabouços metodológicos das filosofias e teorias humanas.
Primeiro porque a teologia não tem um “objeto” na acepção científica da
palavra; o que seria seu “objeto” é simplesmente, o próprio Deus manifesto.
Sendo assim, não partem de premissas ideológicas humanas as definições deste
“objeto”. Pelo contrário a Teologia parte da <i>revelação</i>, ou seja, nada podemos conhecer que não seja a partir da <i>revelação</i>. Como bem pontuou Barth “A Teologia
não é ciência que revela Deus, mas que perscruta a revelação do Deus
auto-revelado” (Ibid. Página 10). Paulo elucida isso quando aponta o fato de
que Deus “habita em luz inacessível” (I Timóteo 6.16), portanto a teologia é
“ciência do alto”, porque só temos acesso a Deus, tendo em consideração que Ele
próprio se torna acessível. Se Deus não se revelasse, ficaríamos condenados a
obscuridade e ignorância. Mas ele quis revelar-se, portanto, a Teologia é a incansável
tentativa humana de conhecer o “Deus que se revela”. Deste modo, sem fé não há Teologia,
Teologia pura, bíblica, não mesmo. Cabe observar, ainda assim que Teologia é um
atrevimento humano. Sistematizar a <i>revelação</i>,
tarefa ariscada, perigosa por correr o risco de “empacotar Deus em sistemas”. Deus
é transcendente, ainda que imanente. Mas cremos (e o cremos é o fundamento da
espiritualidade cristã) que esse Deus se revela e sua revelação nos permite
teologar, isto é, fazer Theos= (Deus) + Logia (Estudo), estudar o que Deus
revela de si mesmo, e então “conhecer e prosseguir em conhecer ao Senhor“
(Oséias 6.6).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Fundamentalmente Ele Revela-se na
pessoa de Cristo Jesus, o bendito “Verbo que se fez carne” (João 1.1), Aquele
que é a “imagem do Deus invisível” (Colossenses 1.15), o legítimo Emanuel (Deus
conosco) de Isaías 9.6. E se revela objetivamente através das Escrituras
Sagradas (A Bíblia). Não por acaso que os apóstolos atestaram sua inspiração
divina (II Timóteo 3.15-16; II Pedro 1.21). Por isso, fazemos coro a Martinho
Lutero (1483-1546) e nos sentimos sim “filhos da reforma”, pois exclamamos
“Sola Scriptura!”, ou seja, “Somente a Escritura!”. Como pentecostal clássico
não nego a importância da experiência, pois é nela que vivenciamos
experimentalmente “Cristo em nós” (Colossenses 1.27), donde podemos testemunhar
as “Grandes coisas que o Senhor fez por nós” (Salmos 126.3), todavia somente
tendo o aval das Escrituras. Nenhuma experiência pessoal (pentecostal) supera
ou subjuga as Escrituras, antes, “examinamos as Escrituras conferindo se tais
coisas são assim” (Atos 17.10-12). A ordem é inversa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Assim, a Teologia a ser refletida neste
blog é Cristocêntrica (pois está centrada na pessoa de Cristo) é sim
protestante/reformada (pois não trai nenhuma das Cinco Solas da Reforma) e
também é carismática (pois enfoca a pessoa do Espírito Santo e os carismas
nele/por ele distribuídos e disponíveis á Igreja). A palavra <i>carisma</i> em Teologia dogmática diz
respeito aos dons do Espírito Santo dados a Igreja sendo indispensáveis para
dois trabalhos cardinais em nossa caminhada 1) A proclamação do Evangelho ao
mundo (Mateus 28.19; Marcos 16.15; Atos 1.8); 2) A edificação do corpo de
Cristo- A própria Igreja (I Coríntios 12-14). Cremos na pessoa do Espírito
Santo, na significância crucial dele na vida da Igreja (João 16-17), abraçamos
o credo Constantinopolitano (381 d.C) onde os “pais da Igreja” debruçam-se
sobre a pneumatologia bíblica donde fundamentam a individualidade do Espírito Santo
(como pessoa) e sua deidade e comunhão no mistério trinitário (Deus quanto à substância).
Cremos na continuidade e contemporaneidade dos dons (onde nas Escrituras dizem
que eles cessaram?). Enfim, haverá, se Deus quiser, tampo hábil para
desdobrarmos em que cremos, porque cremos, etc. Que você prezado leitor e todos
aqueles que são amantes da teologia e convictos dos carismas do Espírito Santo
não como algo memorável relegado aos tempos remotos, mas disponibilizados a
Igreja contemporânea, encontrem nesse pequeno espaço, um lugar comum. Bem vindo
à Teologia & Carisma!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">No amor de Cristo (II Coríntios 5.14);<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Na comunhão dos irmãos (Salmo 133.1);<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Sob o fundamento dos apóstolos e
profetas (Efésios 2.20-21);<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Walace Alexsander A. Cruz<o:p></o:p></span></div>
Walace Alexsander A. Cruzhttp://www.blogger.com/profile/05829792450408705410noreply@blogger.com1